terça-feira, janeiro 24, 2006

Ode a Quim Maria

De mansinho ia o Quim Maria amargurado
Entrou no Zé das bifanas para beber um tinto
Mas foi-lhe negado
Pois ao balcão tinha urinado

La abalou ele rua fora a dizer mal da vida
Quando passou em frente ao ti Jorge tentou entrar
Mas a entrada foi-lhe negada
Logo ouvi o ti Jorge comentar

Amigo Quim Maria você aqui não põe mais os pés
Pois ainda tenho a latrina entupida
Devido a sua cagada
Que largou um bafio a carapés

Quim Maria filho do infortúnio
Tudo lhe corria do avesso
Naquele fado travesso
Da sua vida de campónio

Desgraçado lá foi ele para o seu abrigo
Sem ter molhado o bico
Em casa o Marco Polo seu amigo
Tudo lhe fez esquecer com bico

Shivani

1 comentário:

Anónimo disse...

Denota-se uma certa aproximação ao neo-classicismo gótico durante o corpo do poema, mas também uma forte influência de Bocage, especialmente no que toca a linguagem jocosa. Contudo, a rima nem sempre é certa, o que demostra a paixão do autor pela liberdade literária. A métrica também não é certa, em sintonia com o estado de espírico do poema (alcoolismo).

Bom poema