terça-feira, outubro 11, 2005

Entrevistando: Pardal

Pardal era um rapaz solitário (e também um pouco efeminado). Nos seus tempos de liceu era comum ser excluído dos diversos grupos que os rapazes gostam tanto de formar. Quando todos íam jogar futebol, era comum o Pardal perguntar:- Também posso jogar?A resposta era invariável:- Vai pó caralho!E foi neste ambiente que cresceu um dos empresários mais bem sucedidos da noite albicastrense, dono do bar com maior taxa de visitantes no andar de cima.Foi precisamente no seu bar que tivémos o provilégio de entrevistar esta tão ilustre personalidade da socialight albicastrense.
Bar-rubro.jpg
AMEBAs: Antes de mais, boa tarde!
Pardal: Boa tarde, vai uma mini?
A: Obrigadinho, mas já estou a beber uma que comprei lá em cima no Águias por menos 25 cêntimos.
P: Ah, então tá bem. Chute pra cá as perguntas.
A: Ouvimos dizer que quando era miúdo, nos tempos em que andava no liceu, os seus amigos e não só...
P: Ouça lá, se é para vir cá falar de insinuações acerca de uma estória entre mim e o Roberto do Valongo, de que íamos para trás da cantina jogar ao jogo da bolacha e tocar berlaitadas um ao outro a ver filmes do Steven Seagle durante os feriados que tivémos a Inglês no 8.º ano, porque a professora estava doente (ou pelo menos ela assim o dizia, uma vez que várias pessoas a viram a passear no parque da cidade durante esses tempos) tirem o cavalinho da chuva, porque digo-vos já que tudo isso é mentira.
A: Não, nós nem sequer sabíamos disso, era apenas para falar de algumas curiosidades acerca da sua infância e adolescência.
P: Ah bom. Mas digo-vos já que se é para falar de coisas acerca de mim e do meu tio Constantino que era estucador, também vos digo já que é tudo mentira.
A: Não, de modo algum. Como eu estava a dizer anteriormente, fala-se que nos seus tempos de liceu era muito rejeitado pelos seus companheiros de turma.
P: Não, isso é tudo mentira. Aliás, sempre que eu ia jogar ao elástico eram filas de rapazes a lutar para jogarem comigo. Mas como é óbvio só os mais duros conseguiam. O elástico não é um jogo para qualquer um!
A: Não foi bem isso que nos disseram mas... Voltando-nos para outro assunto, é verdade que tem um grande sonho?
P: Lá isso é verdade.
A: E não nos quer dizer qual é?
P: Quero vingar no mundo da moda.
A: Mas para ser modelo não é suposto ser-se bonito?
P: É verdade que há pessoas mais bonitas do que eu. Veja-se o Elthon John ou o George Michael. Mas eu combino mais coisas. Tenho charme, visto-me bem e, para além disso tenho um trunfo secreto.
A: Bem, em relação às suas roupas não há dúvidas de que são dignas de um modelo. Esse boné abichanado e a bolsa paneleirinha à cintura não enganam ninguém... Mas não nos quer revelar esse seu trunfo secreto?
P: Bem, assim deixava de ser secreto...
A: Vá lá...
P: Não pode ser.
A: Vá lá...
P: Tá bem... Eu sou striper. Não sou nenhum profissional mas, digamos... tenho jeito.
A: Mas de que modo é que isso o pode ajudar no mundo da moda?
P: Não se faça de burro! Toda a gente sabe que isto funciona tudo por cunhas.
A: Outras estórias que circulam pela cidade é que as gajas só vão ao teu bar porque tu és demasiado burro e desatas a pagar bebidas a qualquer par de mamas que te apareça à frente. Confirmas?
P: Isso são calúnias. Segundo essa teoria o Ti Jorge estava cheio de gajas...
A: Só mais uma pergunta para finalizar.
P: Venha lá ela.
A: Ouvimos dizer que ocorreu uma deflagração de um estintor há uns meses atrás. O que se passou realmente?
P: Não foi nada de mais. A verdade é que o nosso barman, o Smeagol, estava a fazer um B-52 ao balcão. Como os nossos seguranças são extremamente eficientes, pegaram num estintor e apagaram a chama antes que algo de grave acontecesse.
A: Desmente então categóricamente o rumor que circulava por aí defendendo que o estintor tinha sido accionado deliberadamente por um delinquente?
P: Claro que sim. Os meus clientes são muito educados e jamais fariam tal coisa.

Quim Maria

1 comentário:

Anónimo disse...

Nunca mais Quim Maria voltas acomer ovos que eu ponha!