terça-feira, outubro 11, 2005

Expulso da Disco

Tal como qualquer estudante que se preze, raramente vou para as discotecas durante o fim de semana. O ambinete nunca é grande coisa e para além disso não encontramos muita gente conhecida, no mesmo estado alcoólico que nós para podermos curtir a noite à vontade (a única coisa positiva são as pitas e as tiazorras que saem todas emperaltadas).Como tal, saímos de casa com aquele espírito de "tomar um copo" num sítio qualquer. E aí fomos nós (eu e o meu amigo Marco Polo) sair com algumas amigas nossas. O local de eleição foi o V Dinastia, local de culto para todos os amantes da boémia, mas que naquele dia, longe dos ambientes académicos, serviria apenas para o tão conhecido "tomar um copo".A verdade é que o resto do pessoal tava com vontade para sair, nós fazendo-nos de dificeis dizíamos que não, que precisavamos de descansar, que a noite aos fins de semana é uma merda etc. etc.Mas, como habitualmente, não foi preciso muito para nos convencerem: 1 vodka limão, 1 caipirinha, uns quantos shots e finos à pala e voilá, já estávamos alcoolizados. Ficámos lá até o bar fechar e a carrinha que nos transportaria até à disco foi-nos buscar à porta!Chegados à disco colocámo-nos na fila para entrar, tal como é habitual comigo, o asno do segurança que estava de serviço obrigou-me a mostrar o cartão de estudante (isto só para ver se me apanhava sem ele). O ambinete, como era de esperar estava uma merda, pitas por todo lado, vestidas com aquelas roupas fluorescentes, que me fazem lembrar os coletes reflectores das brigadas da BT às 2 da matina nas noites de fim de semana.Não havia muito a fazer por isso eu e o Marco Polo resolvemos ir mamar mais uns copos para esgotar o consumo mínimo, e como quem muita cerveja bebe muito mija, tivémos que ir ao WC "mudar a água às azeitonas". Foi então que tudo aconteceu: já não sei bem porquê, o Marco Polo resolveu meter conversa com umas gajas que íam a sair do WC das mulheres, começou uma qualquer conversa parva e, passados 30 segundos, já estávamos a sentir uma mão pesada a bater sobre os nossos ombros:- Voçes os dois, acompanhem-me até à saída, grunhiu o másculo segurança com aquele ar de superioridade irritante, que conseguiria atá azucrinar a Madre Teresa de Calcutá.- Mas o que é que nós fizemos?- Sabem muito bem o que fizeram, não podem entrar na casa de banho das raparigas.- Mas nós nem sequer estávamos lá dentro, estávamos só a falar à porta!- Deixem-se de coisas vamos lá p'ra fora!E lá fomos nós, com aquela raiva a remoer-nos por dentro. Chegámos à porta, exigimos falar com o gerente. Dissemos que aquilo era uma espelunca, que haviam de ter muito sucesso, que nunca mais lá punhamos as patas e blá blá blá até que nos deram outro cartão e nos deixaram entrar de novo.Entrámos só para meter pirraça ao segurança, ficámos lá mais uns pocos minutos sorridentes a vê-lo passar e depois fomos embora.
A partir desse dia nunca mais disse que as noites de fim semana são sempre a mesma coisa. Afinal também têm coisas boas para contar.
P.S.: Enquanto íamos para casa, o Marco Polo ainda teve o descaramento de ir à porta de uma disco da concorrência cumprimentar a gaja que está nos bengaleiros, só para lhe dizer que a outra disco era uma merda e que a deles é que era fixe (coisas da bubadeira, no outro dia já se tinha arrependido!)
Mensagem de apoio aos seguranças das discotecas do nosso país:Jovem, nós compreendemos as vicicitudes da vossa carreira. Sei que não é fácil arranjar outro tipo de emprego com a pouca massa cinzenta que habita nas vossas grandes e nuas cabeças.Sei que não é igualmente fácil conseguir um corpo belo e escultural como o vosso, fruto de anabolizantes e outras drogas maradas. Sei que voçês têm orgulho nesse vosso corpo compacto, que ao longe mais parece o armário que a minha avó tem guardado na loja dos animais (que por coincidência também não tem nada lá dentro).Sei que é bom ter imensas amigas verdadeiras como voçês têm, todas elas pouco ou nada interceiras. Não, elas não gostam de voçês porque lhes convém, porque voçês lhes pagam bebidas, lhes dão boleia para a disco com os vossos BMW's cor de rosa e as deixam entrar de borla. Elas gostas de voçês porque voçês são fixes, simpáticos, carinhosos, atenciosos, mantêm uma boa conversa e são uns gajos porreiros.
Quim Maria

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