terça-feira, outubro 11, 2005

Noites Para Esquecer (parte 1 de 2):

Há noites em que mais vale nem sair de casa. Toda a gente já usou esta expressão, não sei se a culpa é das fases da lua, ou se Vénus tá na casa de Júpiter (ou algo que o valha), mas a verdade é que há noites em que, inexplicavelmente, as coisas não nos correm bem. No meu currículo albicastrense, apenas conto com 2 noites em que eu posso dizer abertamente: “mais valia ter ficado em casa”.
Tinha começado a temporada 2002/2003 há pouco tempo. Ainda estávamos na época de praxes (leia-se, semana onde se anda 20 horas por dia alcoolizado e outras 4 a ressacar). Como é hábito nesta fase da vida académica, havia um jantar em minha casa. Tínhamos combinado com uns caloiros para irem lá confraternizar connosco, nós arranjávamos a comida e eles traziam as bebidas. Uma vez que os caloiros dessa temporada não eram de bom pedigree, acagaçaram-se e resolveram não aparecer. Tivémos que recorrer a um plano de emergência, os supermercados já estavam fechados e a única esperança era a tasca ao pé de casa. Não havia vinho de mesa engarrafado, as únicas garrafas do preciosos néctar disponíveis naquele estabelecimento (grande colosso das tascas albicastenses) eram de vinho para cozinhar. Sim aquele vinho nojento feito a martelo a tender para o vinagre. Como o vinagre, perdão, o vinho não era grande coisa, optámos por levar apenas 1 garrafa por cabeça (sem alcoól é que não podíamos ficar numa das noites de praxe!). O jantar começou, éramos só 4 (eu, e os meus amigos Fitas, Marco Polo e Motumba) e eu, por qualquer motivo inexplicável estava insaciável. Ainda as garrafas deles íam a meio e eu já tinha acabado a minha. Estava possesso, olhei para cima do armário e lá estava ela, aquela garrafa de licôr chinês com cores coloridas a sorrir para mim. Atirei-me a ela como se de vinho se tratasse, para ser sincero nem sei quantos copos bebi e também não posso dizer qual o sabor pois dele não me recordo. Só sei que saímos de casa já muito alegres. De lá até ao bar onde se realizava a festa da praxe ainda eram uns bons 25 minutos a pé, mas para mim passaram em 2 segundos. O resto da noite pode ser resumida em 7 passos:1. Entrei no bar, só via pedras nas paredes e gente conhecida a perguntar “só agora?” (não sei porquê mas o piso daquele bar não era regular, uma vez que eu bati em quase toda a gente até chegar ao meu destno);2. Chegado ao meu destino parei um pouco, olhei para o chão, os azulhejos eram hipnotizantes, senti-me mal e gromei. Descobri que tinha jantado esparguete.3. Fui ao WC. Gromei outra vez.4. O Fitas pegou em mim e levou-me para fora do bar. O chão continuava irreegular. Não me lembro de pagar.5. Levaram-me para casa da minha amiga Raiana.6. Deitei-me no sofá dela. Gromei. Alguém limpou. Gromei outra vez. Alguém limpou outra vez.7. Adormeci com a companhia de uma bacia e de um cobertor.
Esteja atento "Noites para esquecer (parte 2 de 2)" estreia brevemente no seu blog favorito.
P.S.: Quero agradecer à Raiana (pela casa), ao Fitas (pelo transporte) e à Terceira (pela limpeza do gromo). A todos eles o meu bem haja.P.S.2: Informaram-me no outro dia que uma tiazinha escorregou no meu gromo e caiu. Pelo menos serviu para alguma coisa!
Quim Maria

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